talvez

Outubro 4, 2009

Talvez não fosse para ser. A realidade vivida de bons momentos tinha um papel fugaz. Nem bom, nem mau. Tampouco certo ou errado. Eram somente instantes que precisavam ser vividos para haver boas e felizes lembranças. O prelúdio de uma felicidade – mais madura – anunciada. Afinal de contas, o que seria do amor sereno, nao fossem os tormentos das loucas paixões?

Qual significado maior poderia haver em apaixonar-se não fosse para que se aprenda a amar?

Como saber desfrutar de um amor tranquilo, saboroso, sem conhecer a acidez conflitante de um sentimento enormemente passageiro? Sem resgatar lembranças de segundos tão intensos – de pequenas partículas de poeira suspensas no ar -, cheiros inesquecíveis e toques aquecidos.

Sim. Há saudade. De um passado arrebatador e de um sonho de futuro belíssimo. Como se todos os dias da vida fossem finais felizes de novela. Isso com a ingenuidade de não saber que se houvesse apenas finais felizes, os momentos todos seriam tristes.

amnésia

Julho 4, 2008

É muito fácil não lembrar de nada. Mas vale a pena apagar as coisas boas pra esquecer as ruins? É um preço caro a se pagar, mas que tem uma porção de gente disposta a esquecer tudo e começar do zero, isso tem.

Não sabemos se isso um dia vai acontecer, porque somos o que fomos, o que fizemos, o que deixamos de fazer, o que acertamos e também o que erramos. A essência é do homem é memória. Como se forma o caráter? A partir de memória, de valores passados no passado. Como decidir entre o certo e errado? De lições aprendidas e guardadas na memória. Para não alongar muito, a conclusão é que tudo é memória.

Autor: Rafael Carrieri